Utilização de sensoriamento remoto e geoprocessamento na indicação de corredores ecológicos para a APA Aldeia Beberibe na Zona da Mata Norte de Pernambuco
Data
2018-10-02Autor
Pereira, Herbert de Tejo
http://lattes.cnpq.br/0502421000294993
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O cenário de depauperamento em que se encontram os parcos fragmentos da Floresta Atlântica
restantes no estado de Pernambuco, reduzidos em quantidade, dispersos e diminutos em
dimensões, concentram-se majoritariamente em uma área de 31.000 hectares que foi
transformada em Área de Proteção Ambiental – APA Aldeia Beberibe. A criticidade da situação
impõe a conclusão de que algo há que ser feito, não só para preservar os fragmentos residuais,
mas também para ampliá-los de forma que possamos manter os ativos ambientais abrigados por
eles, os serviços ambientais prestados e o que restou da biodiversidade que resiste. A pesquisa
objetivou desenvolver através do uso de mecanismos tecnológicos, no campo do
geoprocessamento e do sensoriamento remoto, projetos de Corredores Ecológicos que
permitam a reconexão de fragmentos através do reflorestamento das matas ciliares de
mananciais situados no território delimitado da APA. Dedicou-se primeiramente em
compreender a evolução espaço-temporal do uso e ocupação do solo (cobertura vegetal,
recursos hídricos, atividades antrópicas e outros) nesse território nos últimos 30 anos, e a partir
da análise da conectividade estrutural da paisagem fragmentada identificar áreas com maior
potencial de reconexão de fragmentos que atendessem a pré requisitos fisicos e legais. Foi
desenvolvida uma metodologia para pesquisa e desenvolvimento de corredores que se valeu
da utilização de ferramentas (softwares) de geoprocessamento e imagens de satélite de
plataformas de uso gratuito e, também, da tecnologia VANT - Veículo Aéreo Não Tripulado,
popularmente referenciado como Drone. Foram construídos três projetos de corredores
ecológicos, um no entorno de um lago artificial de uma represa e dois outros ao longo de rios
locais, todos através da reconstrução de mata ciliares em Área de Preservação Permanente
(APP) e interligando importantes fragmentos de floresta no território estudado. A metodologia
foi validada, assim como os instrumentos utilizados na pesquisa e no desenvolvimento dos
projetos, através da materialização de um reflorestamento no entorno de uma nascente seca de
um dos tributários do rio Beberibe, o rio Pacas. A inclusão do Drone no desenvolvimento do
trabalho foi de fundamental importância e determinou o rumo da pesquisa e principalmente da
metodologia de trabalho desenvolvida e apresentada também como um produto do estudo.
Buscou-se em todas as etapas do trabalho objetividade no desenvolvimento de corredores
ecológicos sustentados pelo conceito de conectividade estrutural da paisagem, sem a
preocupação, no momento inicial, com a conectividade funcional. A expectativa é de que com
um corredor estruturado cumprindo seu papel de restabelecer a conectividade de fragmentos
dispersos através de uma faixa de cobertura vegetal nativa, venha a ocorrer com o tempo a
promoção da conectividade biológica e o restabelecimento de algum fluxo gênico entre os
fragmentos, ampliando assim o habitat para diversas espécies.