Sistemas de dessalinização como medida de adaptação às mudanças climáticas no semiárido Pernambucano
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Data
2022-03-18Autor
Silva, Ana Karolina Peres de Melo
http://lattes.cnpq.br/4307149936313636
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A região semiárida apresenta naturalmente condições de vulnerabilidade ambiental no que se
refere ao regime pluviométrico irregular no espaço e no tempo, acompanhada de altas
temperaturas e altas taxas de evapotranspiração potencial. Para uma melhor estruturação e
aplicabilidade de políticas voltadas à adaptação climática e convivência com a escassez
hídrica é necessário o mapeamento e avaliação de pontos de criticidade no Estado de
Pernambuco. Diante disto, este estudo buscou analisar o uso dos sistemas de dessalinização
como medida de adaptação às mudanças climáticas no semiárido pernambucano, nos
municípios que se encontram no escopo de atendimento efetivado pelo Programa Água Doce
(PAD). Foi realizada uma análise de tendência climática do Agreste e Sertão do estado, como
subsídio para avaliação do comportamento climatológico dessas duas regiões no decorrer de
36 anos. Sendo abordado um estudo da qualidade das reservas subterrâneas destas localidades
mais críticas quanto ao acesso a água, tendo como subsídio de avaliação, parâmetros de
concentração de sólidos totais dissolvidos, que refletem diretamente na qualidade e
potabilidade da água para consumo humano, para a indicação de uso prioritário de sistemas de
dessalinização no semiárido pernambucano. A pesquisa utilizou dados oriundos de
levantamento bibliográfico, cartográfico e documental referentes às caracterizações físicas e
climatológicas do semiárido de Pernambuco. Os resultados obtidos mostram grande
diversidade das variáveis climáticas (Precipitação, Tmáxima, Tmínima, Tmédia e ETo) entre
os anos de 1980 e 2016, com características que contribuem para uma maior limitação hídrica
na região Sertão, na qual observa-se uma faixa mais ampla entre precipitação e
evapotranspiração, aliada a uma maior diferença de temperatura. Quando avaliadas as
tendências de mudanças climáticas, usando como base o cenário comparativo do Agreste e
Sertão, constata-se que os índices de extremos de temperatura apresentam tendência de
diminuição dos períodos frios, e aumento os períodos quentes em ambas as regiões, com
maior disparidade no Sertão. No que se refere aos extremos de chuva, observou-se nos 36
anos estudados, que no Agreste houve um incremento da chuva total acumulada, aliado a uma
diminuição da taxa de evapotranspiração, resultando em um maior índice de aridez e menor
susceptibilidade à desertificação. Já no Sertão, houve um decréscimo dos índices
pluviométricos, com aumento da temperatura média, e consequente ampliação da
evapotranspiração, de forma que há um menor índice de aridez e maior suscetibilidade à
desertificação. Aliado a isto, há o comprometimento da qualidade das águas subterrâneas,
devido aos altos índices de salinidade, que inviabilizam a utilização de uma das principais
fontes de abastecimento humano em comunidades difusas, principalmente para consumo
humano. Os resultados obtidos sugerem a necessidade de uso de dessalinizadores como
ferramenta mitigadora das condições adversas referentes aos recursos hídricos na região e
atendimento de demanda da população. O produto técnico resultante deste estudo será um
plano de ação para o PAD sobre adoção dessa tecnologia social para as áreas mais críticas do
Estado
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