Gestão de áreas verdes públicas na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil
Date
2016-10-18Author
Paz, Ubirajara Ferreira da
http://lattes.cnpq.br/9414882995303197
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As áreas verdes são elementos imprescindíveis na paisagem urbana e componentes do patrimônio, construído ou natural. Têm essa importância pela notória contribuição aos aspectos físicos que marcam a morfologia da cidade e por serem elementos influenciadores dos aspectos socioeconômicos, o que faz entender os diversos níveis de apropriação dessas áreas pela sociedade. Neste cenário, a pauta de gestão das áreas verdes é uma das condições para caracterização das cidades em todo o processo de transformação por que passaram. Deve permear tanto o diagnóstico como as proposições para mudar o quadro atual na perspectiva do bem-estar, da qualidade ambiental e do caminho para a sustentabilidade. Neste estudo foram analisadas as áreas verdes públicas da cidade do Recife sob o ponto de vista de sua gestão, tomando como pressuposto os benefícios por elas gerados a partir das suas diversas funções, quer sejam ecológicas, paisagísticas, sociais ou psicológicas e, sobretudo, a partir do papel fundamental no equilíbrio da vida urbana. A abordagem permitiu elucidar a importância dessas áreas no contexto do espaço urbano da cidade através das suas características físicas e pelos seus valores históricos e culturais que configuram o processo de formação da cidade. É sobre essa relevância que as áreas verdes possuem no contexto da cidade que se fundamenta este trabalho, que tem como objetivo, a análise dos aspectos que permeiam a sua gestão no âmbito da cidade do Recife. A análise da gestão das áreas verdes públicas do Recife se deu através da descrição dos seus instrumentos e da sua governança, da identificação dos principais elementos da estrutura administrativa, da configuração da sua distribuição no território, além da análise da percepção dos usuários. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi adotado um modelo metodológico que exigiu algumas etapas – revisão bibliográfica, coleta de dados e análise e interpretação sistemática dos dados. Da discussão e análise pôde-se depreender, quanto aos instrumentos de gestão, avanços quando da inserção do verde urbano no Plano Diretor e da instituição do Sistema Municipal de Unidades Protegidas, por exemplo. Além disso, puderam-se identificar vários projetos e ações inovadoras, como a ampliação da cobertura arbórea e utilização de mecanismos de compensação ambiental para melhoria das áreas verdes. No entanto, percebe-se que a estrutura administrativa ainda é frágil do ponto de vista do uso de tecnologias e de um número inadequado de técnicos especializados, além de ser notória a desarticulação e a sobreposição de atribuições entre os órgãos. Foi possível também perceber uma uniformidade de opinião das pessoas envolvidas na gestão e entre os usuários acerca do cenário das áreas verdes públicas, sobretudo, quanto à percepção dos principais problemas apontados – falta de segurança; acessibilidade restrita e iluminação e manutenção deficientes. Houve a identificação dos atributos das áreas verdes a partir de abordagens conceituais acerca de suas diferentes funções, sejam elas ecológicas, econômicas, estéticas, de contemplação ou de lazer, delimitadas na área piloto (Região Política Administrativa 3 – RPA3) considerando, evidentemente, todo acervo institucional relacionado às unidades protegidas, além da ausculta da comunidade residente e usuária que subsidiou recomendações denominadas de Diretrizes para a Gestão das Áreas Verdes Públicas do Recife, configurando-se, portanto, em uma importante ferramenta para a gestão sustentável das áreas verdes públicas municipais.