O impacto do conhecimento de química na escolha de alimentos industrializados através dos rótulos
Resumo
A alimentação é indispensável para a manutenção da vida dos seres humanos e, quando equilibrada, contribui significativamente para o desenvolvimento físico e cognitivo. Porém, a rotina acelerada da sociedade contemporânea tem levado as pessoas a escolherem a alimentação mais pela praticidade em detrimento da qualidade nutricional, o que aumentou o índice de consumo dos alimentos prontos. O objetivo desse trabalho foi compreender o impacto do conhecimento de química na escolha de alimentos industrializados através de rótulos por estudantes do Ensino Superior. Participaram da pesquisa 85 estudantes, de instituições públicas e privadas, sendo 42 do curso de Licenciatura em Química, 25 de outras Licenciaturas (Geografia, Letras, História e Pedagogia) e 18 de cursos de Engenharias. Os dados foram construídos através de um questionário, dividido em quatro seções: a primeira foi para leitura e concordância em participar da pesquisa assinando o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido); a segunda seção foi sobre o perfil estudantil e sociodemográfico; a terceira sobre o comportamento relacionado aos rótulos dos alimentos; e a quarta seção sobre o conhecimento de química sobre os alimentos industrializados. A abordagem de análise dos dados foi qualitativa. A maior parte dos estudantes respondeu que tem o hábito de olhar os rótulos dos alimentos ao fazer compras, mas não consideram os rótulos claros e fáceis de compreender. Foi verificado que embora os estudantes de Licenciatura em Química tenham maior proximidade com conteúdos diretamente relacionados à química de alimentos e rotulagem, esse conhecimento técnico não se traduz, de forma linear, em comportamentos mais críticos ou criteriosos no ato da compra. Logo, pode-se refletir que as escolhas de alimentos industrializados não são necessariamente influenciadas pelo conhecimento químico adquirido formalmente, mas sim por concepções preexistentes e influências externas, como mídia e cultura alimentar. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de um maior incentivo à educação alimentar e química aplicada ao cotidiano, visando conscientizar os indivíduos para uma leitura crítica dos rótulos e tomada de decisão mais informada.
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