Controle de vetores em saúde ambiental: atividade larvicida de óleo essencial de Croton rhamnifolioides encapsulado em nanossistema polimérico frente ao mosquito Aedes aegypti
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Data
2018-09-14Autor
Santos, Andréia Gregório da Silva
http://lattes.cnpq.br/9489255864130103
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Aedes aegypti é o mosquito com maior dispersão em áreas urbanas do mundo e de grande importância para a medicina por se tratar de um vetor de quatro sorotipos do flavivírus, agente causador da dengue clássica. Não existe vacina para a dengue, sendo suas principais formas de controle as medidas de combate, eliminando os locais onde ocorre a oviposição do hospedeiro e seu desenvolvimento. Esse controle é realizado através de aplicações de inseticidas, larvicidas e repelentes. No entanto, o frequente uso desses produtos tem causado a resistência ao mosquito transmissor da dengue. Diversas pesquisas têm sido realizadas no intuito de encontrar substâncias de origem vegetal que possam servir de alternativa para o controle da dengue. Neste sentido, as plantas medicinais têm-se mostrado promissoras quanto a sua ação larvicida, inseticida e deterrente que agregada a novas tecnologias, viabiliza novos produtos que não sejam nocivos ao meio ambiente. Sistemas de liberação controlada do principio são alternativas que podem aumentar o período de aplicação do larvicida a ser testado, garantindo-lhe um maior tempo de ação. Tais sistemas contendo óleo essencial se apresentam como importantes estratégias para o controle desse vetor. Sendo assim, as plantas aromáticas, por meio de seus óleos essenciais, obtidos através do seu metabolismo secundário, apresentam-se como viáveis para o combate a esse mosquito. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade larvicida do óleo essencial extraído de partes aéreas de Croton rhamnifolioides puro e em formulações de nanocápsulas frente a larvas na fase L3 de Aedes aegypti. O óleo essencial foi extraído das folhas por hidrodestilação, usando um aparelho de Clevenger adaptado. A análise dos óleos essenciais foi feita por cromatografia gasosa acoplada a um espectômetro de massas (CG/MS). Foram produzidas formulações contendo concentrações que variaram de 40 a 80 μg/mL de óleo essencial puro e nanocápsulas de policaprolactona com variação de 30 a 80 μg/mL com o óleo essencial encapsulado. Os ensaios larvicidas foram realizados utilizando-se 20 larvas por teste, em um copo contendo 100 ml de água destilada, realizando-se triplicata nas concentrações pré-estabelecidas para cada dosagem, de acordo com o protocolo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde. Como resultados, obtiveram-se os valores de CL50 que variaram de 26,3 μg/mL a 52,2 μg/mL e CL90 variando de 37,8 μg/mL a 68,7 μg/mL para o óleo puro. Já para o óleo encapsulado o valor de CL50 foi 63,4 μg/mL e CL90 de 104,8 μg/mL. O óleo puro foi considerado fortemente ativo (CL50 < 50 μg/mL) contra as larvas de A. aegypti e moderadamente ativo (CL50 < 100 μg/mL) para o óleo encapsulado. Levando em conta a prospecção do óleo essencial testado, podemos afirmar que o mesmo apresentou-se como fortemente ativo contra as larvas do mosquito Aedes aegypti. Isto sugere que o óleo dessa espécie vegetal pode ser uma alternativa no combate ao vetor da dengue, diminuindo o impacto sobre o ambiente e a saúde da população, porém são necessárias pesquisas mais aprofundada, uma vez que o óleo apresenta diversas variáveis que precisam ser controladas. Estudos mais profundos também são necessários no método de encapsulação do óleo com os polímeros sintéticos para que se possa determinar um perfil de liberação mais adequada