Percepção docente sobre bullying no ensino superior
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Data
2023-07-13Autor
Silva, Cleyton Roberto da
http://lattes.cnpq.br/1539834449032520
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O bullying é caracterizado como uma forma de violência a um indivíduo mais fraco ou em desvantagem em relação ao agressor de forma repetitiva ou crônica. Muitos acreditam que esse fenômeno só ocorre em escolas de ensino fundamental e médio. Entretanto, verifica-se que essa prática também acontece no ensino superior. A prática violenta no contexto universitário pode até ser percebida como natural, tendo em vista ser um local que: a) abrange indivíduos com características comportamentais, culturais, econômicas, étnicas, físicas, psicológicas e sociais diversas; b) mantém uma cultura de pressões com prazos de entrega de trabalhos, falta de apoio geral (de orientadores, familiares, colegas, amigos), até mesmo falta de recursos financeiros para continuar os estudos. Pensando nisso, o objetivo do presente trabalho foi conhecer a percepção sobre bullying de professores de uma instituição pública de ensino superior multi campi. A pesquisa classifica-se como de natureza básica estratégica, com abordagem de análise de dados quanti-qualitativa e enfoque descritivo. Participaram desta pesquisa 34 docentes que atuam no ensino superior, sendo 73,5% do sexo masculino e 26,5% do sexo feminino. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário on-line, contendo perguntas abertas e fechadas. Para análise dos dados quantitativos foram utilizadas frequências absolutas e percentuais. A análise qualititativa foi realizada com base em análise de conteúdo. Como principais resultados quantitativos podem ser citados: i) o xingamento é o tipo de bullying verbal, praticado por estudantes, mais presenciado pelos professores, com 70,6%, seguido pelo recebimento de apelido pejorativo por estar acima do peso, com 67,6% e insultos por ser afeminado ou masculinizada, com 55,9%; ii) com relação ao bullying psicológico ou moral, praticado por estudantes, espalhar fofocas sobre outros estudantes foi o mais presenciado, com 76,5%, seguido por brincadeiras ofensivas com um estudante pelo seu jeito de falar, com 64,7%, exposição de colegas por seu desempenho acadêmico insatisfatório, com 63,5% e brincadeiras ofensivas com um estudante devido à sua orientação sexual, com 58,8%; iii) o tipo de bullying mais praticado por docentes, na percepção dos participantes, é a exposição de estudantes devido ao seu desempenho acadêmico, com 64,7%. Quanto aos resultados qualitativos, pode dizer que poucos dos docentes que presenciaram situações de bullying se sentiram impelidos a intervir (apenas oito de n=25); que reconheceram pouquíssimas atividades institucionais realizadas no campus em que atuam, pois apenas 10 (dez) dos 34 (trinta e quatro) docentes participantes mencionaram ter conhecimento de ações como palestras, exibição de filmes, rodas de conversa etc. envolvendo esta temática; e as estratégias de enfrentamento sugeridos foram ações direcionadas às vítimas e para a comunidade como um todo. Conclui-se que os professores precisam perceber a si mesmos como corresponsáveis da promoção de um ambiente sadio de aprendizagem. É preciso sensibilizá-los para que possam identificar e reprimir a prática do bullying, tornando o meio acadêmico um ambiente de cidadãos éticos, que prezem pela dignidade do próximo, com o objetivo de construir um mundo mais humano.
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