“Acorda amor!”, olha a “Roda viva”!: uma breve análise de duas letras de canções de Chico Buarque sob a perspectiva teórica da literatura de resistência
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Data
2022-03-19Autor
Bezerra, Tiago Morais
http://lattes.cnpq.br/7274934657990457
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Mostrar registro completoResumo
O período histórico da ditadura civil-militar, que vigorou no Brasil a partir de 1964, foi
marcado pela censura. Qualquer breve estudo dessa fase da história comprova que
nosso passado recente está marcado por manifestações artísticas, sobretudo a
canção popular, que em muitos casos conserva em si a memória e a história desses
duros anos. Afinal, a música como ferramenta de resistência, juntamente com as
demais artes, desempenhou fundamental papel na oposição ao Regime Militar e à
censura que lhe foi inerente. Baseado nesse contexto, o objetivo deste artigo é
analisar duas canções de Chico Buarque, a saber: “Roda viva” e “Acorda amor” - sob
a perspectiva da noção teórica de “literatura de resistência, (BOSI, 2002); (BONICCI;
GONÇALVES, 2005); (DALCASTAGNÈ, 2012); (NÓBREGA, 2015); (SILVA, 2020). A
análise, portanto, partirá do reconhecimento do contexto histórico e das referências
da literatura de resistência que se apresenta como ferramenta de denúncia frente a
tempos instáveis, evidenciando por meio da relação entre a ditadura militar brasileira
e a resistência abarcada nas duas canções de Chico Buarque, o movimento interno à
literatura, que provoca o ato de resistir. Esperamos, deste modo, contribuir para o
avanço nas pesquisas que reconhecem uma inter-relação entre arte literária e história,
com vistas a reforçar não só as aproximações entre as duas áreas, mas sobretudo a
existência de uma ação complementar entre ambas que se torna imprescindível para
a construção dos sentidos