O desenho do lugar: um estudo de caso com crianças do 2ºano do ensino fundamental da escola pública Municipal do Recife Manoel Rolim
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Data
2020-12-29Autor
Araújo, Marlla Fabíola
http://lattes.cnpq.br/6849815475031519
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Nosso estudo busca reconhecer a linguagem e memória espacial das crianças,
a partir das seguintes indagações: sendo as crianças seres sociais, como elas vivem
sua geografia? Qual a importância do olhar infantil para a categoria de análise “lugar”
na Geografia? Nossa referência metodológica é a pesquisa qualitativa, apoiado na
técnica de estudo de caso das crianças do 2º ano do ensino fundamental da escola
parceira. Utilizamos a aplicação de questionários semiestruturados com a professora
da turma e com gestora da escola. Para entender o olhar geográfico das crianças
analisamos os desenhos dos lugares que as crianças mais gostam em seu bairro. Os
desenhos retratam a maneira que as crianças sentem e vivem a paisagem e o espaço
no seu contexto social utilizando a sua imaginação e sua percepção do lugar. A
pobreza e todas suas mazelas não podem impedir o vim a ser infantil, apenas torna lo mais dramático. Compreendemos que as crianças do 2º ano do ensino fundamental
do Manoel Rolim enfrentam a pobreza, a especulação imobiliária, a falta de estruturas
básicas em sua escola e a total falta de prioridade de políticas públicas que as
respeitem em sua dimensão infantil e cidadã, sendo e vivenciando a sua própria
infância. As crianças, são históricos–culturais como defendia Vygotsky, e são ao
mesmo tempo, seres geográficos em numa dialética com o lugar. As crianças por elas
mesmas são crianças no desenho, na brincadeira, no aprender e no ensinar. São
crianças que se apropriam do espaço, que buscam territorializar esses espaços com
suas brincadeiras, com sua ocupação, com seu uso. São crianças que sentem o
espaço, que necessitam destes espaços e que atribui significados a esses espaços,
transformando-os em lugar.