A espacialidades simbólico-culturais do terreiro de umbanda templo espiritualista pai Oxoce
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Data
2024-01-10Autor
Cardoso, Guilherme Alves
http://lattes.cnpq.br/3891295173056052
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Mostrar registro completoResumo
As religiões de matriz africana são em síntese a expressão de um processo de
recriação e memória, em que o espaço ganha especial foco nas dimensões
simbólicas, onde as relações sociais e o contexto identitário são grandes movedores
de uma simbiose entre a geografia e o sagrado. A inclusão dessa temática valoriza
não só a diversidade cultural como processo de formação de um país, mas
reconhece nela raízes bem mais profundas. Dentro dessa perspectiva, o principal
objetivo deste trabalho foi discutir a dimensão espacial e simbólico-cultural do
terreiro de Umbanda Templo Espiritualista Pai Oxoce, localizado no bairro do Ipsep -
Recife. Para tanto, considerando o arcabouço de procedimentos metodológicos,
foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais, além do desenvolvimento
de trabalho de campo, que contou com a observação participante realizada ao longo
de um ano de pesquisa; também foram feitas entrevistas temáticas tendo como base
a história oral, em que foram entrevistadas as lideranças do terreiro e outros
membros que aceitaram fazê-lo. O estudo revelou não só o potencial discursivo em
torno do tema que é a geografia da religião, mas reafirmou o rito e os festejos
religiosos como um processo espacializado, no qual os significados existem de
forma individual e coletiva, onde o olhar detém o fator determinante. Além disso,
ganha foco a ideia de que os espaços simbólicos de representação são, antes de
tudo, o alicerce para uma definição clara a respeito do sagrado para a geografia. Há
ainda de se considerar a projeção geosimbólica, sobre as quais os adeptos da
religião projetam o construto de sua crença. Nesse sentido, destaca-se a urgência
no que se refere a necessidade de mais pesquisas nessa área, tanto no que se
refere ao amadurecimento do tema religião em geografia, mas também a ênfase
nesse universo afro-brasileiro, o qual remonta uma certa historicidade ricamente
povoada de relações, às vezes afetivas e familiares, outras preconceituosas e rasas
enquanto manifestação de um tal racismo religioso. Cabe, ainda, a assunção e o
reconhecimento de uma dada territorialidade no espaço do terreiro, a qual é preciso
reiterar enquanto direito e legitimação a existência de uma comunidade e de seus
costumes, sem perder de vista, é claro, o papel que cabe à geografia como ciência
inclusiva, que tem o papel de incluir o dito invisível em sua carta de atuação
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