O Produto Educacional (PE) se configura como um componente obrigatório do Mestrado Profissional e sua produção ocorre de maneira simultânea ao andamento da pesquisa. Nesse sentido, Moreira (2004, p.133) vai dizer que essa modalidade de mestrado possui uma característica exclusiva, pois exige que seja feita uma reflexão crítica “a partir de, e de forma concomitante com a prática profissional do mestrando”. Ao final desse movimento deve ser elaborado movimento um produto educacional. De acordo com Damaceno e Santos (2013), esse produto é caracterizado como um Objeto de Aprendizagem (AO). Para os autores, um OA é qualquer recurso tecnológico que pode ser utilizado como um apoio à aprendizagem e contribuir para o ensino. Todavia, é necessário considerar que o OA não pode ser utilizado como um fim em si próprio, isto é, deve apoiar o ensino e não ser usado de forma independente para ensinar. Em relação ao uso de recursos audiovisuais na educação, como por exemplo um vídeo, Arroio e Giordan (2006) vão dizer que eles podem contribuir para gerar estímulo e motivação nos estudantes, atrair sua atenção e provocar emoções e sensações devido ao seu formato. Desse modo, entendemos que a utilização de vídeos como um apoio no processo de ensino-aprendizagem é um atrativo e um recurso pedagógico que pode ser utilizado em diferentes momentos no ambiente educacional. Corroborando com esse pensamento, Morán (1995) vai afirmar que o vídeo tem o poder de atrair os estudantes e de aproximar a sala de aula do cotidiano deles, introduzindo novas questões no processo educativo. Sendo assim, o autor vai dizer que: O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não-separadas. Daí a sua força. Somos atingidos por todos os sentidos e de todas as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no imaginário), em outros tempos e espaços (MORÁN, 1995, p.27-28). Diante disso, pressupomos que um vídeo se configura como um excelente recurso audiovisual que movimenta vários elementos, atraindo seus espectadores e criando momentos significativos para o processo de ensino-aprendizagem. Ele pode ser utilizado como uma proposta pedagógica interessante para auxiliar o ensino e despertar interesse nos estudantes sobre diversas questões. Dessa forma, após a análise das entrevistas e dos dispositivos teóricos que compõem esta pesquisa, elaboramos esse recurso audiovisual (vídeo) como Produto Educacional (PE) que recebeu o nome de “Discursos dos estudantes sobre Extensão”, com duração de 3min e 53s. Ele tem por finalidade auxiliar na compreensão da Extensão e contribuir para uma formação integral do ser humano, na perspectiva omnilateral. Vale destacar que ele foi produzido a partir dos dizeres dos estudantes participantes da pesquisa. Sua construção envolveu inicialmente, a elaboração de um roteiro (Apêndice E) criado pelo pesquisador e aprovado pelo orientador, contendo falas, personagens e cenários que fazem parte deste Produto Educacional. No que refere a criação do vídeo em si, convidamos alguns estudantes do IFPE - Campus Palmares que já desenvolviam recursos audiovisuais para diferentes finalidades. A participação desses estudantes está relacionada ao processo que envolveu a criação da arte gráfica, edição e dublagem da animação e outros elementos que foram necessários, conforme ficha técnica presente no apêndice supracitado. Vale ressaltar que, inicialmente, pensamos em estabelecer uma parceria com a Assessoria de Comunicação do IFPE – ASCOM para elaborar este Produto Educacional. Contudo, no decorrer da pesquisa percebemos que alguns estudantes do Campus produziam mídias digitais para entretenimento e fins diversos. Então, achamos interessante convidá-los para participarem da produção deste PE. Após ajustes no roteiro previamente elaborado, como também algumas adaptações feitas no protótipo chegamos ao produto final. Desse modo, entendemos que este PE pode ser utilizado como um ponto de partida para uma reflexão sobre a Extensão, colaborando para os processos formativos que tenham, em seu interior, a omnilateralidade como perspectiva de formação humana.