Cinco diretrizes para um planejamento docente participativo e inclusivo voltado ao ensino de discentes surdos no contexto da Educação Profissional e Tecnológica

Abstract

A educação inclusiva voltada para pessoas Surdas no contexto da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), encontra acentuadas barreiras relacionadas às práticas docentes. Essas práticas evidenciam, dentre outros aspectos, a falta de formação inclusiva e, consequentemente, a compreensão docente em relação à aprendizagem do discente Surdo, bem como da importância do tradutor e intérprete de Língua de sinais e português (TILSP) nesse processo, especialmente, no planejamento docente. Com isso, desencadeia-se a carência de ações inclusivas assertivas para a aprendizagem desses discentes nos diferentes eixos de formação da EPT. Diante do exposto, entende-se que as ações para a construção de um planejamento participativo inclusivo, na prática docente, voltado ao ensino de Surdos na EPT mostra-se necessário ter uma formação específica e especializada. Essa compreensão precisa se basear nas especificidades linguísticas desses discentes, que giram em torno das experiências visuais, como observado por Gomes (2020) e Xavier (2020). Precisa compreender também a existência e participação de outros agentes importantes para esse tipo de ensino, a exemplo dos TILSP, profissionais necessários para prover a acessibilidade comunicacional desses discentes (Brasil, 2005). Para Gomes (2020), a atuação do TILSP tem se ampliado às ações didáticas e pedagógicas, além da atribuição interpretativa comunicacional para o aprendizado dos Surdos. Acontece que, geralmente, esse TILSP não tem participação ou conhecimento prévio do planejamento docente. Sendo assim, considera-se importante um trabalho de ambos, em parceria. Essa ação colaborativa mostra-se fundamental tanto para a prática docente quanto para o papel do TILSP no processo educacional e inclusivo desse público-alvo. Xavier (2020) confirma que os docentes, em seu planejamento, recorrentemente não consideram a participação do TILSP em sua concepção e no compartilhamento das atividades contidas nele. Priorizando, frequentemente, práticas baseadas apenas na oralidade. Entendesse que práticas assim são excludentes e prejudicam o aprendizado dos discentes Surdos que dependem da utilização de metodologias visuais e do apoio de materiais adaptados para o seu êxito educacional. Faz-se importante ressaltar que as ações voltadas ao planejamento docente, especial- mente quando a instituição escolar recebe esse discente, precisam ser repensadas. Principal- mente sobre como e de qual forma a atuação docente, aliada à participação do TILSP, pode ser efetiva para esse tipo de ensino inclusivo. Este produto tem o intuito de contribuir para dirimir as dificuldades docentes nesse contexto de ensino inclusivo de Surdos na Educação Profissional Tecnológica e auxiliar na orientação e instrução para a construção de um planejamento participativo inclusivo com o TILSP. Sendo assim, surge este Produto Educacional, em formato digital, que apresenta 05 Diretrizes direcionadas aos docentes no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica. Essas orientações visam ajudá-los no entendimento desse tipo de ensino inclusivo. Ou seja, conhecer o universo do discente Surdo e compreender como desenvolver um planejamento participativo e inclusivo com o TILSP.