Educação do campo e pedagogia da alternância: desafios e potencialidades para o ensino de Ciências
Resumo
Pensar em pedagogia da alternância exige um aprofundamento sobre os conceitos, origens e políticas da educação do campo promovida em escolas que não estão compreendidas nos espaços urbanos, incluindo as comunidades quilombolas, ribeirinhas, pesqueiras, indígenas e rurais e de assentamentos proveniente da reforma agrária. Para o Estado, preocupado com a contenção rápida do êxodo, a educação promovida no campo deve reproduzir os conhecimentos urbano-centrados como um referencial. Para os povos do campo, a educação deve ser contextualizada com a própria realidade, como forma de valorização da cultura, identidade e dos conhecimentos ancestrais. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é analisar as potencialidades da abordagem metodológica da pedagogia da alternância e suas contribuições para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes do campo, com ênfase no ensino das ciências, compreendendo, ainda, a articulação com CTSA na construção de uma consciência da responsabilidade social, pessoal e coletiva, cultural e ambiental no enfrentamento de problemas da comunidade. A metodologia utilizada nessa pesquisa, de caráter qualitativo, se apoiou na análise dos marcos legais e de documentos oficiais que tratam sobre a educação do campo e a Pedagogia da Alternância que, associada à pesquisa bibliográfica, possibilitassem identificar, resumidamente, o estado da arte das categorias conceituais estudadas, estabelecendo como modus operandi a leitura prévia, de caráter exploratório, seguida de uma leitura seletiva do material selecionado entre os que mais se adequavam ao tema deste estudo. Os resultados obtidos permitem considerar que abordar as questões dentro do currículo de ciências que dialoguem com as vivências dos estudantes, constitui o desafio que as escolas, especificamente as do campo, enfrentam, pois contextualizar de forma interdisciplinar constantemente, exige formação inicial e continuada para os docentes, além de vínculo com a comunidade em que atuam. É diante desse contexto, a partir das características únicas para o atendimento da população do campo, que a Alternância surge, englobando os espaços não só de produção, mas também da organização, valorização e comunicação, a partir da escola, família e comunidade, respeitando todos os saberes socioculturais construídos e transmitidos e contribuindo efetivamente para emancipação dos povos do campo
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