Análise das desigualdades no acesso aos serviços de água e esgoto no município do Cabo de Santo Agostinho - PE
Visualizar/ Abrir
Data
2019-12-18Autor
Moraes, Carlos Walfrido Duarte de
http://lattes.cnpq.br/2917665031948575
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A questão dos serviços de saneamento no Brasil é um problema grave, consequência do
processo desordenado de urbanização e da falta de investimento e planejamento por parte do
poder público, tais condições interferem diretamente na qualidade de vida e na saúde da
população, resultando em muitos casos, na injustiça socioambiental. Este trabalho teve como
objetivo analisar as desigualdades no acesso aos serviços de saneamento (SAE) no município
do Cabo de Santo Agostinho, bem como correlacionar estas desigualdades com o registro de
doenças de veiculação hídrica no período de 2007 a 2017. O atendimento destes objetivos
deu-se através da construção de um diagnóstico das condições da oferta atual destes serviços.
A metodologia baseou-se na análise de variáveis relativas ao abastecimento de água, como
quantitativo de população total, urbana e rural atendida, além da quantidade de ligações ativas
de água. Os resultados apontam que no Cabo há uma discrepância entre a prestação dos
serviços, 85% da população é atendida por abastecimento de água, no entanto, apenas 10,6%
conta com o serviço de coleta de esgoto, o que põe o Cabo na 11ª posição entre os municípios
da RMR quanto a coleta. Quanto as doenças, considerando a incidência dos casos, o Cabo
aparece entre os piores resultados quanto a Leptospirose, e esse cenário se reflete dentro do
município tendo os bairros do Centro, Ponte dos Carvalhos e Cohab, no entanto esses bairros
não apresentam as piores condições quantos aos SAE, mas são alguns dos mais populosos do
município, o que leva a crer que o quantitativo de população influencia na ocorrência até mais
do que as condições dos SAE. Com isso foi possível concluir que as condições dos serviços
no município estão muito aquém da sua arrecadação, o que alerta quanto a necessidade de
uma revisão do plano de saneamento e uma necessidade urgente de intervenção do poder
público que vise a diminuição dessas desigualdades.