A construção da narrativa criada pela mídia hegemônica em contexto de desastre sobre a cidade de Brumadinho (2019-2022)
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Data
2023-02-07Autor
Santana, Danielle da Silva
http://lattes.cnpq.br/1825928355720887
Sousa, Ana Patrícia Barbosa de
http://lattes.cnpq.br/1748528883962708
Metadata
Mostrar registro completoResumo
No dia 25 de janeiro de 2019, às 12h28min ocorreu o desastre-crime socio-tecnológico
do rompimento da barragem da Vale S.A em Brumadinho, região metropolitana de
Belo Horizonte, Minas Gerais, provocando enorme impacto socioambiental na região,
além de 272 vítimas fatais. O objetivo geral deste trabalho é compreender qual a
narrativa criada pela mídia hegemônica em contexto de desastre sobre a cidade de
Brumadinho no período de 2019 a 2022. O trabalho partiu do seguinte problema: Após
o desastre, a imagem de Brumadinho passou a trazer incômodos à população
atingida, provocando uma revitimização dos danos do rompimento, na medida em que
a cidade passou a ser estigmatizada como a “cidade que foi destruída pela lama”, ou
a “cidade contaminada”. O corpus deste trabalho foi constituído por notícias
publicadas na mídia no período de 25 de janeiro de 2019 a 30 de janeiro de 2022.
Para a análise utilizou-se Análise de Conteúdo (AC) na perspectiva de Bardin (2011).
A análise do corpus revelou que as narrativas construídas pela mídia hegemônica em
situações de desastre neste período evidenciam a imagem de morte, destruição e
sofrimento sobre a cidade de Brumadinho, assim como contribuem com o processo
de naturalização da tragédia enquanto fenômeno imprevisível, dificultando a
compreensão do desastre-crime sociotecnológico da Vale, enquanto resultante de um
processo histórico do modelo minerador capitalista.