Brejos de altitudes nordestinos face à mudanças climáticas: predições de distribuição como ferramenta para a gestão ambiental
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Data
2017-06-28Autor
Oliveira, Rodrigo César Gonçalves de
http://lattes.cnpq.br/3754094644917478
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Mudanças climáticas globais podem influenciar drasticamente a distribuição
dos ecossistemas, dessa forma afetando a composição florística e faunística
por potencializar a perda de habitat, bioinvasão e extinção local. Ecossistemas
sensíveis como Florestas Montanas e Submontanas são prioritárias para a
conservação. Nessa categoria são classificados os brejos de altitude do
Nordeste Brasileiro. Esses ecossistemas são caracterizados por uma flora de
Floresta Tropical Úmida, circundados por áreas de Floresta Tropical Seca,
conhecida como Caatinga. Ferramentas como os modelos de distribuição de
espécies representa uma alternativa tecnológica para predizer as influências
climáticas sob as floras dos brejos de altitude. Este trabalho objetivou aplicar tal
metodologia para verificar as predições de distribuição dos brejos de altitude
para os anos de 2050 e 2070, comparando com um modelo de distribuição
atual e com os dados de conservação disponíveis na literatura. Para produzir
cada modelo, 24 pontos de distribuição das áreas de brejos de altitude foram
escolhidas e submetidas a duas análises: a primeira considera as mudanças na
temperatura e precipitação e a segunda considera apenas os dados de
precipitação. Para cada análise três modelos foram construídos, um para o
período pós-revolução industrial, um para o ano de 2050 e o último para o ano
de 2070. Cada modelo foi analisado pelos seus valores de AUC (Area Under
Curve). Nossos resultados sugerem que as floras de brejos de altitude tendem
a ser mais influenciadas por mudanças na temperatura e precipitação que
apenas por precipitação. Fragmentos de floresta relacionados ao Planalto da
Borborema apresentam melhores condições de manter a distribuição de suas
floras até o final do século quando comparado aos localizados nas demais
regiões analisadas. Unidades de Conservação localizadas em áreas de brejos
merecem atenção especial, especialmente a REBIO de Serra Negra, dado o
seu isolamento e posição a oeste do Planalto da Borborema. Estratégias de
conservação devem ser adotadas para evitar a perda de habitat e extinção
local em áreas fora do Planalto da Borborema, devido aos baixos valores de
probabilidade de manutenção dos ambientes de brejos.