A água é um recurso finito e essencial para a sobrevivência humana, o que torna indispensável o gerenciamento adequado dos recursos hídricos e o controle de perdas nos sistemas de abastecimento. As perdas aparentes, relacionadas a falhas de micromedição, podem ser reduzidas por meio da escolha adequada da tecnologia de hidrômetros. No Brasil, os modelos mais comuns são os velocimétricos, volumétricos e ultrassônicos, cada um com características próprias de funcionamento. Em Pernambuco, a Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA) utiliza predominantemente hidrômetros velocimétricos. Este estudo tem como objetivo avaliar o desempenho de hidrômetros volumétricos e ultrassônicos em comparação ao velocimétrico, identificando a tecnologia mais adequada ao contexto hídrico do estado. Para isso, foram selecionados 56 imóveis, sendo 28 em Boa Viagem, com regime contínuo, e 28 em Jardim Atlântico, submetido à intermitência. Em cada imóvel, foram instalados em série novos hidrômetros velocimétricos e hidrômetros adicionais: volumétricos em Boa Viagem e ultrassônicos em Jardim Atlântico. As leituras foram coletadas durante seis meses e analisadas por meio de estatística descritiva, verificação de normalidade e aplicação de testes não paramétricos (Wilcoxon, Teste do Sinal e intervalos de confiança da mediana). Os resultados mostram que, em Boa Viagem, os volumétricos apresentam desempenho superior aos velocimétricos, registrando maior sensibilidade em baixas vazões. Já em Jardim Atlântico, os velocimétricos se mostraram mais confiáveis do que os ultrassônicos, que apresentaram submedição consistente. Conclui-se que a escolha do hidrômetro deve considerar o regime de abastecimento, de modo a aumentar a confiabilidade da micromedição e reduzir as perdas aparentes.