Transformações e permanências do lugar: um olhar sobre a Vila da Fábrica, Camaragibe/PE
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Data
2019-12-17Autor
Silva, Ana Cláudia da
http://lattes.cnpq.br/7541345895493225
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Mostrar registro completoResumo
Composta de um contexto histórico plural, a Vila da Fábrica constitui, no período atual, um espaço de possibilidades para a atuação do capital, com potenciais repercussões na vida dos seus moradores. A pesquisa teve como tema as transformações e permanências no espaço da antiga vila operária do bairro Vila da Fábrica, conhecida pelo mesmo nome, que faz parte da cidade de Camaragibe, integrante da Região Metropolitana do Recife e que funciona como cidade dormitório da capital estadual. Tomando por base as categorias de análise produção do espaço e lugar, a pesquisa traz à tona as contradições decorrentes dos novos ares de modernização gerados pela implantação do Camará Shopping, num espaço vivido ainda marcado por permanências do antigo cotidiano fabril. Com a implantação do shopping como primeira etapa do megaprojeto Reserva Camará, impõe-se uma nova dinâmica urbana marcada pela tendência à valorização crescente do solo urbano e ao agravamento de problemas socioespaciais. Como objetivo principal, a pesquisa analisou as transformações e permanências socioespaciais ocorridas na Vila da Fábrica após a implantação do Camará Shopping, bem como os impactos ou formas de resistências presentes nas práticas cotidianas dos moradores do lugar. Tomando por base a abordagem dialética materialista, a pesquisa fez uso de instrumentos metodológicos como: entrevistas semiestruturadas e questionários; consulta ao acervo da biblioteca pública; memória oral do lugar; registro fotográfico, dentre outras técnicas. Foi constatado que a inauguração do Camará Shopping por um consórcio de empresas imobiliárias de atuação essencialmente no mercado imobiliário metropolitano, tem trazido expectativas positivas e negativas nos moradores da antiga vila operária. Além disso, tanto mencionam a oferta de mais empregos e a valorização do solo urbano, como temem que as mudanças em curso agravem ainda mais problemas de abastecimento d’água, congestionamentos do trânsito, comprometimento da segurança pública, destruição de trechos de vegetação nativa, dentre outros problemas. O cotidiano do lugar revela tensões entre o tradicional e o moderno frente a incertezas e desconfiança no futuro.