Olindar: uma proposta para o mapeamento das quebradas do Sítio Histórico de Olinda como espaço de fruição de experiências de lazer
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Data
2023-11-14Autor
Silva, Gerlaine Maria da
http://lattes.cnpq.br/2465704874291683
Seabra, Magaly Alves
http://lattes.cnpq.br/2207847359010688
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Declarado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, o Sítio Histórico
de Olinda/PE possui uma expressiva quantidade de patrimônios materiais e
imateriais, além de inúmeros produtos e serviços, o que lhe atribui um significativo
potencial de atratividade turística. São igrejas, conventos, terreiros de religiões de
matrizes africanas, ateliers, bares, restaurantes, bistrôs, barracas de comida e de
bebida, hotéis, pousadas, hostels, centros culturais, museus, lojas de arte e de
artesanato, além de agremiações carnavalescas, afoxés, maracatus, bois, enfim,
uma diversidade de oferta com a capacidade de atrair pessoas de diferentes perfis e
interesses. Embora com propósitos e contextos distintos, os residentes de Olinda e
os visitantes assíduos do Sítio Histórico dão vida e sentido a uma prática social que
pode ser compreendida, em partes, analogamente à prática do flâneur, que tem
origem na França do século XIX. As pessoas vão para as ladeiras do Sítio Histórico
de Olinda simplesmente para “vagar”, para encontrar e se encontrar, para interagir
consigo, com os outros e com toda efervescência deste território. De bar em bar, de
rua em rua, de festa em festa, é uma vivência que começa durante o dia e que
muitas vezes se estende até o amanhecer. Esta prática social é conhecida
comunitariamente como “olindar”, que embora seja organicamente constituída e
despretenciosamente compartilhada, carrega em seu bojo uma significativa
potencialidade turística e de lazer; uma vez que, ao ter neste fazer social a
possibilidade do aguçar de diferentes olhares, em contraponto ao que comumente é
comercializado no mercado turístico, apresenta aos seus praticantes uma “outra
Olinda”, com muito mais sentidos e oportunidades de vivências da/na cultura. Por
tratar-se de uma vivência com alto índice de organicidade, sua mercantilização seria
ineficiente, além de colocar em risco a manutenção desta prática. Entretanto, há de
convir que uma maior compreensão do seu significado, sentido, caracterização e
materialização, pode contribuir nos processos decisórios da gestão do território,
além de possibilitar a criação de estratégias para uma maior aproximação e
interação entre visitantes e residentes. Tendo como principal aporte teórico metodológico as categorias de análise propostas pelo antropólogo José Guilherme
Cantor Magnani: pedaço (que aqui optou-se por chamar de quebrada), mancha,
pórtico, circuito e trajeto, este trabalho teve como objetivo principal mapear áreas,
fluxos, contrafluxos e estratégias de ocupação do Sítio Histórico de Olinda que
materializam a prática social do “olindar”. Para isto, foram realizadas observações de
campo; roda de diálogo com atores sociais; oficina participativa de mapeamento; e
elaboração de croquis de mapas temáticos a partir do aplicativo my maps - google.
Além de subcategorias identificas e incorporadas ao estudo e da possibilidade de
visualização dos fluxos e contrafluxos a partir dos croquis de mapas criados, os
percursos investigativos e de análise trilhados nesta pesquisa possibilitou algumas
inferências significativas, dentre elas: existe uma subutilização Sítio Histórico tanto
numa perspectiva turística, quanto de lazer comunitário; as áreas experienciadas na
vivência do olindar coincidem com as áreas de uso turístico; a área do Sítio Histórico
utilizado no olindar é bastante limitada; existe um apagamento dos patrimônios
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