Análise espaço-temporal da vulnerabilidade às mudanças climáticas da bacia hidrográfica do Rio Moxotó - PE, utilizando o sensoriamento remoto
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Date
2018-08-15Author
Oliveira, Caroline Giseli Bastos de
http://lattes.cnpq.br/6309725049605022
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As mudanças climáticas geram impactos que atingem os sistemas naturais e humanos com
resultados diferentes, dependendo do nível de vulnerabilidade, sendo o Nordeste brasileiro a
região mais vulnerável a essas mudanças. No semiárido, o regime de chuvas apresenta
variabilidade espacial e temporal que faz com que a disponibilidade dos recursos hídricos
como bacias hidrográficas sejam considerados difíceis de analisar, quanto as suas
vulnerabilidades e riscos. Para isso, o sensoriamento remoto é uma ferramenta muito
importante de análise e manipulação de dados geográficos no processo de desenvolvimento e
compreensão dos estudos de bacias hidrográficas. Considerando estes aspectos, o presente
estudo teve como objetivo analisar a vulnerabilidade às mudanças climáticas da bacia
hidrográfica do Rio Moxotó – PE por meio da aplicação do sensoriamento remoto no período
de 2009 a 2015. Neste estudo, foram utilizadas imagens de satélites LANDSAT 5 e 8 e
técnicas de processamento digital no software SPRING, além de dados censitários obtidos em
órgãos governamentais, buscando obter informações espaciais sobre a cobertura vegetal, água
e solo exposto da bacia do Rio Moxotó correlacionadas com as mudanças climáticas. Foi feita
a análise espacial da bacia hidrográfica do Rio Moxotó nas imagens de satélites do ano de
2009, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015 juntamente com os dados censitários. Estas imagens
foram georreferenciadas e, por meio de técnicas de processamento digital aplicada na análise
espacial das imagens foi possível identificar as áreas vulneráveis às mudanças climáticas.
Também foi possível observar que um dos fatores responsáveis pela suscetibilidade da área à
vulnerabilidade foi a semiaridez da região, pois há irregularidade na distribuição anual das
chuvas, com diminuição no índice de precipitação pluviométrica, elevadas temperaturas e
altas taxas de evapotranspiração, mantendo o déficit hídrico. A água presente nas imagens de
satélite como medida de classe apresentou uma diminuição de área em hectare, diminuição
esta que é reflexo da diminuição dos dados de precipitação pluviométrica e no volume dos
reservatórios no decorrer dos anos estudados. Apesar de apresentarem variações nos dados
dos anos estudados, devido aos diferentes meses das imagens de satélites trabalhadas, o solo
exposto é mais predominante que a cobertura vegetal, reflexo da redução no índice de chuva
da região. Reitera-se que além da bacia do Rio Moxotó ser bastante vulnerável por estar
localizada numa região semiárida de Caatinga que tem longos períodos de estiagem (seca), a
ação do homem também influencia com explorações agrícolas, atividades agropastoris e
desmatamento da cobertura vegetal. Por isso a necessidade de estudos nestes âmbitos é tão
importante e estratégico para esta região.