Espécies Arbóreas Exóticas: estrutura populacional na Floresta Atlântica do Nordeste
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Data
2023-11-29Autor
Silva, Gabrielle Stefany da Conceição
http://lattes.cnpq.br/8025246412263793
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A introdução de espécies exóticas, presente nos diferentes ecossistemas do Brasil e
do mundo, tem sido motivo de preocupação dos estudiosos no tema, em função dos
riscos que essas espécies apresentam para as comunidades naturais, ecossistemas
e sua biodiversidade. Nesse sentido, objetivou-se nesta pesquisa avaliar os impactos
da introdução das espécies arbóreas exóticas nos ecossistemas de floresta atlântica
(Lato sensu) no Nordeste do Brasil. Assim, por meio de dados secundários, foram
realizadas buscas de trabalhos de floresta atlântica do Nordeste que apresentavam
nas suas listas florísticas e/ou fitossociológicas registros de espécies exóticas. Para
cada trabalho selecionado foram registrados os dados de critério de inclusão dos
indivíduos (árvores e regenerantes), do local de estudo, nome das espécies e o
número de indivíduos/densidade relativa das mesmas, nos diferentes fragmentos de
vegetação. O levantamento resultou em 19 trabalhos com ocorrência das exóticas,
distribuídos nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, totalizando 28
espécies exóticas com registro em uma ou mais manchas de Mata Atlântica. A análise
dos critérios de inclusão, adotados nos trabalhos, mostra a presença de espécies
exóticas, desde a fase inicial do ciclo de vida até a fase adulta, evidenciando que
algumas dessas espécies estão contribuindo para a entrada de indivíduos nas
comunidades de Mata Atlântica e têm riscos de expansão de suas populações. A
exemplo da jaqueira (Artocarpus heterophyllus), registrada em 16 dos trabalhos
considerados e com indivíduos em diferentes fases do seu ciclo de vida. Os registros
da abundância das espécies nos levantamentos quantitativos evidenciam que nove
das 25 espécies (Elaeis guineenses, Mangifera indica, Syzygium Cumini, Persea
americana, Spondias lutea, Syzygium malaccense, Terminalia cattapa, Annona
muricata, Artocarpus heterophyllus) ocorreram com no mínimo 10 indivíduos por
fragmento, chegando à espécie Annona muricata a ocorrer com 792 indivíduos em um
único fragmento. Registra-se, ainda, que as espécies de maior frequência entre os
levantamentos estão todas incluídas nas listas de espécies invasoras no Brasil. Fica
notório que fragmentos de floresta atlântica do Nordeste sofrem com a entrada de
espécies exóticas e/ou invasoras, podendo ser bem maior a lista de espécies que as
indicadas neste estudo, considerando a lacuna na disponibilidade de informações e
muitos trabalhos não incluírem nas amostragens.
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