dc.description.resumo | realizamos. Para os(as) docentes que participaram da pesquisa, a integração é
quase inexistente; o que há são atividades pontuais em que, vez ou outra, insere-se
um conhecimento trazido por outra disciplina. De acordo com os(as) participantes,
essa falta de integração ocorre porque não há momentos para pensar/planejar
estratégias de integração curricular. Com isso, percebemos, nas representações
sociais dos(as) professores(as), que a integração curricular é um desafio.
Os(as) docentes indicam, assim, dificuldades para a efetivação da integração
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curricular, das quais destacamos a oferta de formações voltadas ao tema. Para
Machado (2008), colocar em prática o currículo integrado demanda uma formação
docente continuada, de forma a assegurar o trabalho coletivo entre os(as)
professores(as) das disciplinas gerais e específicas. É necessário pensar e
desenvolver os princípios educativos do trabalho, da cultura, da ciência e da
tecnologia, construir diálogos entre a teoria e a prática, e buscar constituir práticas
libertadoras para a construção da emancipação do educando, enquanto sujeitos de
direitos e deveres.
Dessa forma, percebemos a necessidade de se investir nas formações
continuadas dos(as) docentes, buscando aproximar o currículo da realidade de vida e
de sala de aula de cada professor. Esse movimento torna a escola um espaço mais
democrático e aberto para todos (FREIRE, 2001). Para Nóvoa (1993), uma formação
não se constrói apenas pela acumulação de cursos ou de conhecimentos técnicos,
mas através de um trabalho reflexivo e crítico sobre nossas práticas e,
consequentemente, sobre nossa identidade enquanto profissional. Por esse motivo, a
formação torna-se fundamental para a construção e ampliação dos conhecimentos.
Nesse sentido, após os resultados da pesquisa, produzimos, como Produto
Educacional, um minicurso para formação de professores que atuam no Ensino Médio
Integrado do IFPE – campus Recife, cujo objetivo geral é favorecer reflexões teóricopráticas sobre o currículo integrado, no Ensino Médio Integrado, que contribuam para
o desenvolvimento de práticas docentes que favoreçam a formação integral dos
estudantes.
Kaplún (2003) apresenta alguns eixos centrais que ajudam os indivíduos a
avaliar de forma coerente os Produtos. Esses eixos são: conceitual, procedimental,
atitudinal, pedagógico e comunicacional. O eixo conceitual constrói-se a partir do
momento em que buscamos saber o que os sujeitos da pesquisa sabem, o que
querem, o que imaginam e, a partir dessas informações prévias, identificar a que
necessidades o Produto vai atender. O eixo procedimental leva em consideração as
técnicas, os métodos e as estratégias que foram utilizadas durante as aulas. O eixo
atitudinal contribuirá para que os participantes estejam em constante movimento de
ação-reflexão-ação em sua prática. O eixo pedagógico ajudará a identificar as
concepções iniciais que serviram de base para construir novas concepções,
ampliando as aprendizagens dos sujeitos. No eixo comunicacional, por fim, será
possível estabelecer, de forma concreta, uma relação direta com os indivíduos.
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É fundamental proporcionar momentos de estudo, reflexão, construção e trocas
de experiências, que se tornam fundamentais para desenvolver mudança de atitudes
e práticas. A partir disso, concordamos com Nóvoa (1993), quando mostra a
necessidade de reencontrar espaços de interação entre as dimensões pessoais e
profissionais, o que permitirá que os(as) professores(as) se apropriem das formações,
construindo sentido para os novos aprendizados. | pt_BR |